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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Crônica do Dia

A crônica de hoje traz como tema (e como título) a Primavera. Foi criada pelo aluno Oswaldo, após a aula sobre o mesmo assunto. A aula foi dada no dia 22, o exato dia de início da estação. Discutimos a inspiração que as cores da Primavera dão à poesia em geral e, como sempre, buscando o resgate da memória na história desses alunos. E você? Também se sente inspirado pela Primavera, ou prefere outra estação?
Sua opinião pode ser dada ao comentar a crônica a seguir, ou você pode também nos enviar um e-mail. Nosso endereço é leruerj@gmail.com


Primavera


Tenho uma prima muito querida, e que, literalmente, viaja pelos quatro cantos do mundo.
Outro dia ela retornou para fazer-nos mais uma longa e carinhosa visita.
Digo carinhosa porque sua presença nos leva a contemplar a natureza com um olhar diferente daquele que temos quando ela está ausente.
Parece até mexer com nossos cinco sentidos.
Onde ela chega tudo se enche de beleza e de perfumes, os mais diversos, e cada fragrância prima em ser mais agradável que a outra, a fim de brindar nosso olfato com milhares e milhares de odores.
E durante três meses em que permanece conosco a vida desabrocha em todos os seus cantos e recantos.
É, realmente, uma época de muita alegria e de muito bem-estar.
Mas os cultivadores do pessimismo e da negatividade se sentem órfãos nesse período, pois a musa de sua inspiração não tem mais forças para competir com a vida que de desabrolha em toda parte.
Em vão eles gritam aos quatro ventos: “ó dores, onde estás que não mais atendeis ao nosso sofrer?”
Só mesmo quem é assim tão especial pode trazer-nos um prazer visual e olfativo tão intenso, mesmo que seja por um período de apenas três meses no ano.
Por isso, congratulando-me com todos que estão de bem com a vida, digo, do mais profundo de minha alma: seja bem-vinda primavera!

Oswaldo Pereira

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Crônica do dia

Olá!
Depois de uma breve pausa estamos de volta. E para comemorar segue a crônica escrita por uma de nossas alunas, Renée, numa aula em que relembramos nossoas brincadeiras de criança.

Artimanhas da infância


Da janela da minha sala, à tardinha, vejo crianças de várias idades, algumas bem pequenas outras já mais crescidas, correndo, gritando, se pegando sem um objetivo lógico. Para elas parece trazer algum prazer naquilo que estão fazendo.
Em parte, hoje as crianças não dispõem de espaço nem de segurança para brincarem. Nem todos os edifícios possuem playground para as crianças extravasarem as suas emoções. Outras frequentam os shoppings, pois podem pagar para utilizarem brinquedos eletrônicos, patinação.
Então vem a mim a lembrança do meu tempo de criança, quando brincava na rua enquanto minha mãe colocava a cadeira na calçada para conversar com as vizinhas, trocando idéias sobre o dia-a-dia até a hora do jantar. Assim, brincava com meus irmãos e outros amiguinhos e aprontávamos todo tipo de arte; era o jogo da amarelinha, do bole-bole, cabo de guerra, pular corda e outras, tudo isso feito depois das tarefas escolares.
No fim de semana, íamos para a casa no subúrbio onde morava nossa avó. A casa era grande, com um vasto quintal com muitas árvores frutíferas. Lá fazíamos toda espécie de brincadeira. As árvores eram as nossas casas, as folhas do mamoeiro nossos guarda-chuvas. Íamos de casa em casa visitar nossas comadres. Fazíamos comidinhas pois contávamos com a cumplicidade de nossas avós que nos davam pedaços de galinha e porco para o nosso banquete. Não poderia faltar o jogo de futebol, nós todos formávamos um time completo para uma partida.
Não podia ser esquecido o banho no rio, o passeio de canoa quando íamos de Belém para a Ilha das Ondas através da baía de Guajará. Mas esse passeio era feito com acompanhamento de nossos pais.
Correr na mata, tentar montar nos cabritos era tombo na certa. Assim foi a minha infância alegre, sadia que só me deixou boas recordações.

Renée