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terça-feira, 20 de abril de 2010

Crônica do Dia.

Hoje trazemos a primeira crônica da turma de 2010.
O texto está lindo e sensível, preparem-se para emocionar-se com a crônica de Ana Lúcia Oliveira.




A Saudade do Amigo


Nos meus tempos de jovem não vivíamos pensando em tristezas, só tínhamos alegrias. Doze anos e já me preparava para o futuro. Íamos ao cinema, brincávamos o carnaval na rua, nos clubes, enfim, era uma constante atividade.

Mas o tempo passava e eu, como qualquer jovem da minha idade, já pensava em começar a namorar.

Uma manhã, eu saía para o colégio às seis horas, estudava no Pedro II (Maracangalha). Eu ia muito cedo, só que eu morava no Encantado, um bairro do subúrbio do Rio. Era segunda-feira. Encontrei dois rapazes no caminho, pareciam ter uns quinze anos. Um deles se engraçou logo comigo e começou a perguntar por que eu ia tão cedo, pois a entrada no colégio era às sete e meia. Eles também eram do Pedro II, só que do internato. Então eu lhes disse: “É porque vou de bonde e tenho que chegar cedo para jogar pingue pongue”. Mas sempre sem dar muita atenção, seguindo meu caminho que, por sinal, era o deles, só que a condução para eles era o trem.

Se eu me estender mais, não acaba minha crônica. Sempre segunda-feira eu os encontrava e a atenção de um deles era maior para comigo. Esse foi o início de uma amizade, companheirismo, enfim, tudo de bom. O outro era só risos e concordava com os pensamentos do parceiro.

Então passei a namorar o rapaz. Muito tímido para conversar comigo, nos finais de semana sempre mandava recado pelo amigo. É por ele que hoje estou repassando a nossa vida, já com saudades dos anos que tivemos de amizade.

O meu namoradinho se chamava Nei Jorge. Hoje estamos com 39 anos de casados, são 45 anos entre namoro e casamento.

O amigo o qual me inspirei para escrever chama-se Zanelli Antônio, padrinho do nosso casamento, amigo e irmão, nunca nos separamos até hoje. Ele é casado com Luiza, uma irmã que também achei.

Mas a vida não é eterna e ele está nos últimos dias, os amigos estão sempre juntos, meu marido o faz companhia no hospital e nós já contamos os dias para ele partir; Deus tem todo poder de nos criar, compartilhar e depois levar, quem sabe, para um lugar bem melhor do que hoje ele vive e sofre.

Mas eu penso que poucas pessoas conservam amizades tão tenras e sinceras como a nossa em família. Eu sinto como se meu irmão estivesse partindo, mas deixando um exemplo de vida de que às vezes um amigo é tão importante quanto um parente, pois amigo a gente escolhe. Até qualquer dia, amigo...


Ana Lúcia Oliveira da Silva
20/03/2010

Um comentário:

Anônimo disse...

TIANA, VOCE ESCREVEU E DESCREVEU A AMIS PURA VERDADE. PARABÉNS POR VOCE SER UMA PESSOA TÃO ILUMINADA.
SEMPRE TE ADMIREI MUITO, PRA VARIAR ESTOU CHORANDO....SEI QUE EU CHORAR NÃO É NOVIDADE... MAS DIANTE DO QUE LI NÃO TERIA COMO NÃO CHORAR.
EU PEÇO A DEUS QUE ILUNIME NOSSO ZANELLI E QUE DE MUITO CONFORTO A NOSSA LUIZINHA, E QUANTO A VOCE E O NEI QUE DEUS OS CONSERVE CONOSCO POR MUITOS E MUITOS ANOS,( POR MAIS UNS 45 POR AÍ), PRECISAMOS MUITO DE VOCES, QUE SÃO EXEMPLOS DE VIDA, AMIZADE, FORÇA, CARINHO E ETC... PARA TODOS NÓS.
TE AMO MINHA PRIMA, E MAIS UMA VEZ PARABÉNS POR SUA CRÔNICA, MAS VERDADEIRA E SINCERA IMPOSSÍVEL.
SUELI