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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Crônica do Dia

A aluna Ney Bretas Neves relembra, em sua crônica de estreia no blog, seus saudosos carnavais.

Carnavais saudosos

Lá pelos meus cinco ou seis anos, meus pais me fantasiaram de havaiana, depois índia. Vejo nas fotografias. Pousava toda alegra pra foto na grade do muro da minha casa.
Mais tarde, com uns oito anos, brincava no Salão de cabeleireiro do Zazá, que ficava na mesma calçada da casa dos meus avós, onde eu morava com meus pais. Ele fechava sua loja pra alegrar a criançada da vizinhança no Carnaval. Enfeitava com máscaras, balões, serpentina, tudo muito colorido. À tardinha, nós pulávamos sem parar o som das marchinhas, pais e mães do lado de fora, de olho nos seus filhotes.
Me lembro, a fantasia não importava, uma calça branca pela canela, uma blusinha bem colorida, o cabelo rabo de cavalo com uma flor, no pescoço um colar havaiano. Lá ia eu, toda prosa, só queria era pular muito. Todos nós não queríamos que acabasse o baile, íamos todos reclamando, embora cansados, todos suados, mas queríamos sempre mais. Nós, crianças, sabíamos que só ano que vem haveria outro baile. Que pena...
Uma vez fui passar o Carnaval na casa dos meus tios, lá pro lado de Raiz da Serra, o lugar tinha alto-falante anunciando, a todo momento, o concurso. Minha prima Ondina se candidatou à rainha do Carnaval, não é que ela ganhou?! Foi um Carnaval inesquecível, a família toda em cima do coreto. Que honra! Meu primo Wilson, irmão da rainha, eu, minha tia Totinha e meu tio Augustinho. Coroamos minha prima com seu vestido branco de voil, renda e paetês. A coroa era linda, cheia de pedras brilhosas. Até hoje lembramos com saudade daquele Carnaval.
Depois, moça feita, com meus quinze anos, fui a um baile de Carnaval à noite, no clube - Greipe da Penha. Meu pai me levou, disse que eu já tinha idade para ir. Na ocasião ele trabalhava como comissário de menores, para fiscalizar se algum menor estava sem responsável. Levei a Luzia, minha vizinha e amiga. Nós nunca tínhamos ido a um lugar assim, foi uma novidade, muito legal. Logo arranjamos mais coleguinhas, começamos a dançar sem parar, uma segurando a cintura da outra, fazendo um cordão, um bloco. Só pararmos para tomar guaraná. E assim foram três dias de folia, chegávamos quase ao amanhecer, dormíamos o dia todo, à noite voltávamos pro Carnaval.
A fantasia era um short, um tomara-que-caia, cabelo preso com algum enfeite, só isto bastava para esbanjar a alegria de poder brincar num baile de Carnaval à noite. Assim foram as minhas saudosas lembranças de Carnaval.

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