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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Crônica do Dia

Hoje, na nossa semana da música, temos o texto do aluno Homero, que nos conta fatos cotidianos relacionados com ela e sua influência na nossa vida. 

Música como defesa de tese


Não dá para entender essa resistência do ensino no Brasil, para impedir que a música faça parte do ensino fundamental. Em todos os seus ângulos de abordagem, o pior é que se alguém tentar descobrir quem é o responsável, por tal resistência, não vai encontrar, já que todos se escondem por detrás  de títulos de doutorado e mestrado e como tal, intocáveis.
Ainda agora, estamos vendo livros didáticos, serem recusados, por fugirem à finalidade do ensino de boa qualidade . Mas, o que terá música a ver com toda essa história ?
Simplesmente, na música se encontram referências a todos os fatos históricos, da geografia, da poesia, da política e da arte. Tenho uma amiga que ao fazer uma prova que dependia de nomes e datas, recorreu a letra de um samba enredo de uma escola de samba e acertou todas as questões, tirando um belíssimo dez !
Se nós observássemos na letra dos hinos pátrios iriamos encontrar ali memoráveis feitos alcançados  e metas a serem atingidas. 
Ary Barroso levou ao mundo versos como a história da lavoura de Minas Gerais, as belezas do Brasil e tantas outras belíssimas páginas. 
Lamartine Babo em sua canção do dia, fazia um verdadeiro relatório diário de tudo aquilo que de mais relevante  acontecera no Rio, além de de ter colocado na voz de cada torcedor de futebol, o hino do seu clube. Onde os feitos do time eram cantados tendo dito ainda da beleza do vestido branco da mulher com quem sonhara.
Pixinguinha, com o seu "Carinhoso", falou para o mundo inteiro, sobre a história de um amor, de uma pureza de fazer inveja. Daquele que ouvi na voz de Orlando Silva, aquela preciosidade. 
O Rio de Janeiro, nos versos de André Filho, com seus encantos mil, Cidade Maravilhosa, Coração do Meu Brasil.
Chiquinha Gonzaga, rompendo todos os preconceitos contra a mulher pediu para abrirem alas, para que ela  passasse, para ir jogar na roleta que o chefe da polícia mandou instalar no Largo da Carioca. 
Noel Rosa, disse que a Vila não queria abafar ninguém, só queria mostrar que fazia samba também; e pelo telefone 2234-4333, telefone até usado pela Rede Globo sempre que tem chance.
Jobim e Vinicius, falaram da "Garota de Ipanema" de forma tão terna e gostosa que acabaram levando-a para fora do Brasil para ser cantada por Frank Sinatra. 
Dorival Caymmi, disse que os clarins da Banda militar tocaram para anunciar, que a Dora ia passar  e que viessem ver o que é bom. Tendo ainda ao final da noite ninado as crianças com o seu boi da cara preta. 
Luiz Vieira , com o "Menino Passarinho", deixou uma mensagem tão poderosa que ninguém daquele não lembra com arrepios da beleza da melodia. 
E Gilberto Gil, disse que o Rio continua lindo, de Janeiro, Fevereiro e Março. 
Mas, como disse a  música é a portadora de boas e más notícias, como é o caso da música "Caprichos do Destino", cantada por Orlando Silva, a letra é tão amarga, que nem vale a pena registrar. Pena é que naquele tempo ainda não tínhamos esses serviços de socorro aos atingidos por depressão. Se tivéssemos, o autor não teria ido ao suicídio. 
Tive vários amigos cantores, compositores e em sua maioria, pessoas com um astral magnifico, mas nem sempre aproveitados naquilo que tinham de melhor.
Agora mesmo, estamos vendo o desarticular de pessoas acomodadas na Ordem Dos Músicos que pelos vícios acumulados deixaram que tudo aquilo de bom acumulado fosse por água abaixo. 
Em Teresópolis, existe os restos mortais de uma entidade que fora mantida com recursos vindos do exterior, onde eram preparados cantores líricos, bailarinos e outros que após preparados, eram mandados para o mercado europeu, de onde jamais voltavam, pela excelência do trabalho feito.
Essa entidade teve que mudar as suas dependências do centro da cidade, devido ao grande número de reclamações feitas por pessoas, pois uma escala de piano ou um vocalizo, incomodavam muito, mas suportavam com muita naturalidade, a música sertaneja e hoje com toda a certeza, o funk, com essa letra que fala nada sobre coisa alguma.
Em São Paulo, a empresa fornecedora de gás teve que troca a música clássica que tocavam durante o fornecimento do gás pela música sertaneja e ai, justificando o sucesso do Mazaroppi e outros usuários de um português mais amacarronado.
é uma pena que a nossa música não receba no Brasil, o tratamento que recebe no exterior. 
Aos domingos, dá gosto de ouvir-se o chorinho na Praça São Salvador, no Largo do Machado, onde pessoas de todas as idades, ali comparecem e só em ver a satisfação daquela gente. A impressão que se tem ao ver uma senhora com mas de 70 anos de idade pegar a sua flauta e tocar com muita alegria. E no final, todo o grupo cantar uma antiga melodia, dando o melhor de si.
O que ninguém tem notado na música internacional é a presença maligna de um inimigo oculto sob a capa de cordeiro.
Bem, isso já é o outro lado da história !
E o que nos interessa, é a música !                                                                                                      

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabens colega Homero pela verdade comentada nesta crônica.
Samuel.