Páginas

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Crônica do Dia

Conto triste do aluno Rubim Fortunato. Chuva de águas do céu e de lágrimas dos olhos de Adelaide...

A chuva

Chovia muito. Adelaide, sentada na sua poltrona preferida, olhava a água escorrendo pela vidraça da janela. Lembrava-se de outra época. Menina, ainda, saíra da fazenda onde morava com seus pais para estudar na cidade, ficando na casa de seus avós maternos. Terminado o curso fundamental, voltara para casa.
Desistira de frequentar a Escola Normal, pois conhecera Raul, rapaz simpático, funcionário da Caixa Econômica. Pretendiam se casar; logo já ficaram noivos.
Naquele fim de semana, ela esperava, ansiosamente, a chegada de Raul.
Chovia muito forte, o que era preocupante, pois o riacho que corria na entrada da fazenda costumava encher e até transbordar.
O tempo corria e nada de Raul. Adelaide, inquieta, olhava pela janela e nada dele. Pensamentos lhe vinham à cabeça: será que a ponte de madeira resistiria àquela tromba d'água? O carro em que ele vinha conseguiria passar?
Então, um peão correu para a casa grande, avisando que a ponte caíra e que havia um carro sendo levado pelas águas. Começaram as buscas e, finalmente, encontraram Raul, já morto, afogado.
Para Adelaide a vida acabara. Voltou para a cidade, nunca se casou. Trabalhava numa farmácia, cujo dono era seu tio.
Naquele domingo contemplava a chuva e recordações dolorosas vinham à sua mente. Tarde triste... 
 

Nenhum comentário: