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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Crônica do Dia

Continuando a nossa semana da infância, temos a crônica do aluno Rubim Fortunato, falando sobre a sua vida de criança passada nos Estados da Bahia e do Rio de Janeiro. Divirtam-se!  

Minha Infância

Nasci em Ilhéus, Bahia. Da época em que lá vivi, guardo poucas lembranças: Uma delas era o cheiro do cacau moído que vinha do Porto, que era a riqueza da Cidade. 
Da Capitania fundada no século XVI creio que nada resta. 
Embora não me recorde, sei que meu pai me levava para a praia (Copacabana) e como eu era o caçula, filho temporão, sendo meu irmão mais velho do que eu nove anos, gostava de me exibir para as pessoas.
Com dois ou três anos viemos morar no Rio, quase sempre em casas. Delas, a que mais tempo ficamos, foi no Rio Comprido. Era um casarão, com porão, e curiosamente, o banheiro ficava embaixo. 
Nela passei grande parte da minha infância. Meu pai, embora  não tivesse curso superior, gostava de ler e estava sempre a par dos acontecimentos que se desenrolavam no Brasil e no Exterior. Então, passou para os filhos o gosto pela leitura.
Minha infância foi agradável: Tinha brinquedos como patins e outros que ele me dava mesmo eu não os querendo. Ganhei uma bicicleta, na qual não consegui andar, pois o instrutor era ele, cujo o comando me irritava. 
Um fato que me vem a lembrança, foi a ida à exposição sobre o Estado Novo, em que me perdi, mas fui encontrado porque eu era muito esperto, conhecia o nome dos meus pais e meu endereço.
Da época lembro-me da Segunda Grande Guerra Mundial com racionamento de carne, falta de trigo e dificuldade com o abastecimento do açúcar que vinha do Nordeste, cujos navios eram alvos dos submarinos alemães.
Meu armazenou tantos sacos de açúcar no porão que não havia dificuldade para nós termos o seu abastecimento. O problema, porém foi que os sacos que eram de papel endureceram e só com machadinha conseguia-se pulverizá-los.
Aprendi a ler muito cedo e frequentei escolas particulares. 
Acho que minha infância terminou quando fui mandado para um colégio interno em São João Del Rei, administrado por Frades Franciscanos Holandeses.                               

Rubim Fortunato 

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