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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Crônica do dia

Para começarmos a semana, temos a crônica do aluno Homero que nos conta a semelhança de alguns fatos e acontecimentos que ocorrem no texto de Clarice Lispector e a realidade brasileira. DIVIRTAM-SE   


Os grandes relatos de Clarice Lispector

Por mais que seja o relato de um escrito, buscado ali, no dia a dia, no berço da família, ele ficará a  dever o essencial da matéria, a razão que nos leve a tal pugna. A parte espiritual dessa cobrança. Sim, porque nada nessa vida é cobrado de nós sem que tenhamos culpa nesse cartório. 
Se já nos tivesse sido facultada as razões que nos trazem ao convívio terreno de preferência, no seio da família, onde esse convívio é mais íntimo e o nosso espaço pessoal fica muito restrito. Muitas vezes, até totalmente devassável exatamente para que não tenhamos que esconder os nossos defeitos de nossos pais e irmãos em decorrência de ali estarmos exatamente, para aquele momento, de aferimento do nosso íntimo, do nosso interior.
Indefeso, respondemos com malcriação, com rebeldia e muitas vezes fugindo de casa até para morar na rua ou muito longe daquele convívio, para fugirmos daquela exposição. 
A ausência dessa coragem para defrontar, com o ex inimigo ou com o cobrador ou devedor de vidas passadas, com que teremos que fazer os nossos acertos de contas para nos libertarmos daquela incomoda dívida deixada para trás.
Clarice, com muita competência faz esse registro com base naquilo que assistiu e testemunhou, sem que contudo tivesse acesso as razões de cada um daqueles confrontos.
Se observarmos nos acontecimentos que estamos assistindo ao vivo passando em países que já deveriam estar servindo como referência de comportamento humano, mas que vão aos limites máximos da violência e da estupidez a ponto de nos levar em nossa ingenuidade de que aquela realmente seja a receita para tais resoluções. 
Vimos no Rio de Janeiro, o assassinato de uma juíza, em pleno exercício de sua atividade profissional ao abrigo de leis ditas capazes de dar conta daquele tipo de desencontro, mas que, ao contrário desdisse tudo o que está previsto na lei do homem, para dar lugar a um problema certamente do passado entre aquela juíza e aquele oficial de polícia de quem estava sendo cobrado o não preparo de policiais desajustados para aquela atividade.
Quando se recomenda que não se deve criticar pelo fato de ao fazer uma crítica, estarmos criticando exatamente um ponto em que somos, por vezes, um devedor ainda  maior e mais perigoso que aquele a quem estamos atribuindo despreparo.
Quem sabe, aí caber daquela máxima do roto estar falando do esfarrapado? 
 É claro que temos a obrigação e o dever de agradecer a Clarice Lispector, por todo esse véu, que ela tem tem conseguido levantar, para que sem ele, diante da nossa visão, possamos ver, pelo menos, o óbvio escancarado, diante de nós. 
Pelos relatos sobre a vida em família registrados por Clarice e tantos outros escritores, dizem da vida, aquilo que realmente, aquilo que realmente os espíritas garantem não haver, a morte. 
Mas sim, uma vida terrena e uma vida no plano espiritual. Certamente, estaremos precisando que talentosos escritores, como Clarice,  venham contar para nós, como seja essa vida espiritual e as suas reais exigências de cada um de nós, já que cada um tenha que cumprir o seu mandato?
O estranho de tudo isso é essa ocultação de nossas falhas que não possam ser, por nós conhecidas, para que assim, comparadas  com vidas de gente melhor que nos sirva de espelho para que nele nos possamos nos mirar e facilitar essa nossa demorada reabilitação ou lá que que nome se possa dar, ao tal remanejar desses entulhos, morais e espirituais, para bem de todos e felicidade geral da nação.

Homero                                                                                       

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