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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Crônica do dia

Para a quarta feira temos  o texto da aluna Honorina que nos conta sobre uma cena que presenciou na época do Natal comprovando o amor das pessoas pelos mais necessitados, animais e sua sensibilidade a data tão especial. DIVIRTAM-SE!       

O valor do natal

Certo dia do mês de dezembro, eu fui visitar um amiga. Logo que peguei o ônibus, passando em frente de um bar, vejo um rapaz com um gorro de Papai Noel, desses bem humildes que fazem carreto (carrinho de mão) dando comida para seu cachorro, preso por uma corda no carrinho. O que chamou minha atenção foi o vermelho da cabeça. Ele estava co  tanto carinho, que eu fiquei emocionada pela cena. 
Nesse momento, passou um filme em minha cabeça. Às vezes as pessoas são mais carinhosas com os animais, e não com os humanos.
Muitas vezes não são percebidos, e ignorados pelas condições em que vivem. Eu sempre penso muito quando vejo essas cenas. Poderiam ter sido grandes, intelectuais, ricos ou pobres mesmo, que perderam tudo, até a família, e entregaram-se a mendigar, roubar e ao vício das drogas, que predomina nas gerações.
Vivem como podem a espera de uma oportunidade, sem amigos, parentes, às vezes não sabem se ainda têm. Mas sempre encontram um coração generoso, que lhes dá comidas, e até para o cachorro, com certeza é seu melhor amigo naquele momento. Há também aqueles que não aceitam ajuda, preferem ficar ao relento, amedrontando as pessoas. 
Eu tive essa imagem de uma pessoa calma, e carinhosa com o seu cão. 
Cada um vive como pode. Eu espero que Deus o ilumine, a encontrar alguém que lhe dê uma oportunidade, para melhorar sua vida. 
Mesmo nas condições que está vivendo, não perdeu o espírito natalino, isso que achei bonito, esse sentimento de amor e carinho. O Menino Jesus, com certeza, já o iluminou pelo gesto nobre com o seu melhor amigo (o cão). Isso que é importante nas pessoas, esse gesto de amor, não só no Natal, mas que seja por toda vida.
Eu nunca mais vi esse rapaz, talvez agora chegando o Natal ele apareça, com o gorro de Papai Noel na cabela. Assim o espero.
A humanidade cada vez mais está perdendo esse amor, o que pé lamentável. Vamos ter mais amor a todos, cada um, fazendo a sua parte.

Honorina                                                      

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Crônica do dia

Para a terça feira, temos hoje o texto da aluna Isaura que encerra com versos feitos por ela para demonstrar a gratidão com a oficina e com a UNATI por essa oportunidade. Além do seu texto que fala sobre sua experiência na Oficina de Crônicas. DIVIRTAM-SE!   

Mais um ano que termina 

Chegamos ao término de mais um ano, com a certeza de que sentiremos saudades dessa convivência de amizade. 
Cada qual com seu estilo, criamos, lemos e escrevemos as mais interessantes crônicas, e com vontade de mais escrever.
Quero falar da minha satisfação em fazer parte deste grupo bem entrosado.
Foi um muito proveitoso. Também não poderia ser diferente, pois com os professores que temos; Eles nos fazem sentir como se fôssemos todos jovens também, nos são muito queridos.
De meus colegas e amigos só posso falar bem. 
Todos nós sentiremos, com certeza a falta das "tiradas" inteligentes do Homero. Mas , se Deus quiser, para o próximo ano nos reuniremos novamente 
Desejo feliz Natal e próspero Ano Novo a todos e seus familiares.

A UNATI agradeço comovida
A oportunidade que dá
Aos jovens da terceira idade,
Para vivermos melhor a vida.

Isaura                  

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Crônica do dia

Para começarmos a semana, temos o texto da aluna Ney sobre as atividades da Oficina durante o ano de 2011, todos os benefícios por ela proporcionados em sua vida e junto com isso tudo o seu agradecimento aos professores e colegas pelo incentivo. DIVIRTAM-SE!       

Agradecimento ...

Hoje é o dia do término da Oficina de Crônicas, faremos nossa confraternização, nos reuniremos para compartilhar nossa alegria em conseguirmos estar juntos este ano, 2011, fazendo mais uma história em nossas vidas. Alegria de compartilhar uns com os outros nossas experiências em escrever. Nossos professores nos ensinando e entusiasmando com suas ideias, fazendo com que nossas mentes estivessem sempre ativas aos acontecimentos do dia a dia e aprimorando nossa cultura na literatura.
Para mim foi um grande desafio, pois eu sempre fui ligada a vida de minha família, passei a ver tudo com mais clareza. Embora com meus 66 anos, não me atrevia a falar sobre assuntos vivi na vida familiar, no meu trabalho, não me  metia em assuntos que achava não saber falar. Foi aqui que conheci a singular bravura de desprender-me de meus próprios preconceitos. 
Oficina de Crônicas, você com seus professores, mestres em estimular nossas mentes para entrarem em movimento crescente em descrever aquilo que está escondido no pensamento de cada um de nós, encontrando uma forma de expressar sua visão dentro do proposto, uma mistura de ideias, diversas atingindo aquilo que é comum para todos. 
Agradeço a UNATI em promover essa Oficina, que nos traz alegrias, conhecimentos não só literário, mas participação com colegas, socializando a vida na terceira idade. 
Obrigada professores e colegas em compartilhar comigo crônicas que não sabia escrever, tentando trazer para mim e para vocês momentos de alegria e emoção.
Viva a Oficina de Crônicas ! Viva...
Um Feliz Natal, um Ano Novo com muita saúde, harmonia e muitas alegrias. Que ano que vem estaremos  juntos novamente com esse professores amigos.

Ney Bretas                                

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Crônica do dia

Continuando com as postagens temos hoje o texto da aluna Nice que nos fala de sua relação com os livros e a importância deles em sua vida. DIVIRTAM-SE! 

O Livro

A história contada pela escritora Clarice, destacando o livro como ponto básico do desenrolar dos acontecimentos, deixa clara a importância que ele tem para cada um de nós.
Fiquei me lembrando da minha infância. Com 8 anos, já alfabetizada, adorava folhear livros de histórias.
Minha alegria era receber de presente um livro, o que meus pais sempre faziam.
Já na Escola Normal,eu procurava a Biblioteca nos tempos vagos para ler e levar para casa um livro. Lia de tudo; romances, contos policiais, versos. A coleção de Cronin eu li toda na época. 
Gostava muito de ler a noite esquecendo até da hora, vendo minha mãe mandando eu dormnir que já era tarde.
Neste fim de semana, por motivo de pintura dos quartos, tivemos que esvaziar móveis e estantes. 
Quando pegava os livros começava a folheá-los, recordando as histórias, os fatos, as gravuras, tudo esquecido nos armários. 
Comentei até com minha filha o valor daqueles livros, que ninguém dava importância. 
Aí ela me lembrou que lendo e folheando os livros não terminaríamos tão cedo a arrumação.
Como é valioso um livro, pois com ele aprendendo a entender os acontecimentos no decorrer de nossa vida.

Nice                   

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Crônica do Dia

E na nossa quarta feira com mais uma postagem, temos hoje a crônica do aluno Homero que nos conta que um livro pode ser tudo o que quisermos, por exemplo  uma arma, um grande amigo ou até um pomo da discórdia. DIVIRTAM-SE!  

O Clandestino de uma Felicidade 

Quando Deus liberou o mundo, para que nele fosse instalada toda essa massa de arruinados e apropriadores de espaços de terra sem dono. Umas desde muito cedo até desproporcionais em relação ao resto de tamanho moderado, como que se não bastasse a desproporção entre praticamente o resto, aquele imenso espaço. Nasciam em toda parte ervas desconhecidas, sem virtudes para o uso, como alimentou, ou mesmo para a ornamentação, mas a verdade é que nasciam ali como que se convidadas houvessem sido. Mas que muito pouco daquilo era aproveitado.
Só que no primeiro aniversário de toda aquela mistura de coisas, alguém certamente com a experiência lá de onde hajam vindo. Nunca se sabe realmente de onde terá vindo todo esse complexo emaranhado, não se sabendo o valor, se é que tem valor a ser mensurado, por não haver referência em nada. Mesmo que se vire ao avesso, nada será encontrado que sugira ou possa dar a menor ideia sobre a data natalícia e saudade.
Mas que talento tinha aquilo tudo para a crueldade. Bastava um pequeno arranhão para que a infecção impiedosa ali estivesse, havendo vários casos de quedas de árvores aparentemente saudáveis, mas sem que despencassem. Como que se aquele desajeitado espaço devesse ser odiado por seu aspecto discrepante de todo o resto, com o contexto de toda aquela região.
Mas que enfim chegou o dia do levantamento aerométrico da região e, sabe-se lá que por cargas d'água a região haja sido contemplada com a visita de agrimensor, meio desajustado, ou quem sabe com o QI acima dos demais e por seu trabalho naquela parte que, para todos, nada servia, de uma hora para outra, passou a um escalão especial, graças ao trabalho feito por aquele atrevido profissional que produzira um livro volumoso a respeito de sua tese; era um livro de se ficar vivendo com ele, devorando-o. Mas muito acima de custos normais para aquilo que habitualmente se poderia pagar por um livro.
Olhando bem para aquele volume do livro, dava para pensar como seria ele, nas mãos daqueles que não podem ver um livro e por essa razão ficam sem saber o que fazer ao descobrir um livro com tal aspecto? O livro parecia ter algo de secreto e ao mesmo tempo satânico, deixando todo aquele que desejo tê-lo para saciar aquele desejo parece ir ficando mais remota a oportunidade de uma resposta favorável, ou quem de uma promessa de alguém que haja lido o referido objeto de desejo. O pior é que não se sabe, por quanto tempo esse desejo terá que ser sustentado. 
O tempo foi passando até que um dia o autor do livro, estranho que esse seguisse na prateleira da livraria, sem que ninguém se interessasse por ele e resolveu saber a razão, entrando ele mesmo no ciclo da livraria ao público e ficou sabendo que jamais o livro fora exposto em vista de colegas seus do departamento de pesquisas enciumados com a beleza da obra e principalmente o conteúdo literário impediram que o livro pudesse chegar as mãos do público. E só aí, ao descobrir toda a trama, promoveu uma tarde de autógrafos, distribuindo gratuitamente o livro como vingança aos colegas invejosos .
É com esse ato corajoso que o livro vai ganhando o mundo batendo os recordes de venda e com isso compensando a distribuição grátis em muito. E com isso aquele pedação de terra desajeitado passou aos olhos do mundo, com a denominação de O Clandestino de uma Feliz Cidade.

Homero                        

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Crônica do dia

Hoje a crônica da aluna Stella nos mostra algumas igrejas com um estilo não muito comum e uma personagem com um gosto também muito esquisito. Boa leitura!

Humor macabro

Estava Laura passeando pela Europa, precisamente em Roma e deveria, para regularização de seu passaporte, ir à Embaixada dos Estados Unidos, que se situava na famosa Via Veneto!
Depois que resolveu tudo, decidiu passear pela avenida mais famosa de Roma. Tomou um café e sentiu-se toda orgulhosa ao fazê-lo, pois, à sua volta, via caras de celebridades conhecidas e sorria para que elas lhe sorrissem também. Que honra! Até parecia que ela era uma brasileira famosa.
Andou, andou e deparou-se com uma igreja linda (soube depois que era a de Nossa Senhora da Conceição dos Capuchinhos). Entrou, rezou e viu uma seta indicando uma porta que ia para a cripta subterrânea. Qual não foi a sua surpresa quando viu uma linda capela toda enfeitada! Chegando mais perto, viu que os enfeites eram ossos (especialmente crânios). Soube então que eram ossos de freiras, ali colocados entre 1500 e 1870, numa arquitetura barroca e rococó.
Quando saiu, reparou que havia três esqueletos completos no portão de entrada. Conversando com um padre, soube que essa capela servira de inspiração para uma das obras do Marquês de Sade (e não era para menos...).
O frei disse-lhe também que esta não era a única capela desse estilo no mundo. Existe uma em Milão (igreja de São Bernardino alle Ossa), outra em Kutna Hora, cidade tcheca (com ossos de 70000 pessoas leigas), outra na Polônia (com ossos de combatentes mortos em guerras desde 1176), outra em Évora, Portugal, e ainda outra na América do Sul (mosteiro de São Francisco, em Lima, Peru).
Se vocês conhecerem alguma igreja nesse estilo macabro aqui no Brasil, por favor, avisem Laura, que, depois da viagem à Europa, ficou interessadíssima no assunto e deseja muito visitar algo semelhante aqui neste nosso Brasil.
Com a ditadura e os atuais traficantes, é possível que ela possa realizar o seu desejo macabro!...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Crônica do dia

Iniciando a semana, temos a crônica da aluna Isaura, em que nos conta um caso de família muito conturbado e reflete sobre a maldade do ser humano. Boa leitura!

O mal da maldade

A maldade tem suas facetas. Desde as agressões físicas, verbais e invenções de acontecimentos.
Lendo o conto de Clarice Lispector, lembrei-me de um fato acontecido com uma amiga. O filho engravidou uma moça e quis, mesmo ganhando pouco, assumir e foram morar juntos. A mãe dele tinha uma pequena casa de vila no subúrbio e eles foram morar lá. Aí começou o inferno para o rapaz. A moça era muito temperamental e, embora sabendo do baixo salário do companheiro, reclamava de tudo. Ele trabalhava à noite como porteiro, e de dia ajudava no serviço de casa e olhava o filho. Entre tapas e beijos, tiveram três filhos.
Ela não chegava a casa no horário combinado para que ele saísse para o trabalho. Até que ele, devido aos atrasos, foi despedido. Enquanto não conseguia outro emprego, ele vendia coco, empalhava cadeiras etc.
Vou dar um tempo e pular algumas maldades para não me alongar.
Uma ocasião, queimou a camisa do time dele e jogou-lhe no rosto, que, queimado, teve que ir ao pronto-socorro. Em outra oportunidade, gritava por socorro dizendo que ele a queria matar, gravando tudo no celular. A sorte, ou melhor, a Providência Divina intuiu o vizinho que, ouvindo os gritos, se chegou para oferecer seus préstimos. Encontrou o rapaz na sala embaixo, e ela gritando lá em cima.
Em janeiro deste ano, ela saiu de casa levando os filhos. Ele não sabe onde ela foi parar e não mais viu os filhos.
E pensar que tudo isso aconteceu por ele ganhar pouco, mesmo com emprego.
Há maldade maior? É claro que sempre há.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Crônica do dia

Terminando a semana, postamos a crônica do aluno Samuel, em que trata sobre como lidar com a morte. Boa leitura!

O júbilo da morte 

A civilização ocidental encara o processo natural da morte, como algo extremamente doloroso, de grande tristeza e tenebroso. Diferentemente, muitos outros povos, como os do Oriente, os nativos americanos, pensam e sentem o oposto. 
Pelas nossas tradições ocidentais, herdeiras da cultura hebraico-cristã, torna-se difícil, pela não compreensão profunda do assunto, lidar com o fenômeno da morte física. Este fato é impossível de ser aceito, por exemplo, por uma mãe que perde um filho - carne de sua carne, sangue de seu sangue. Porque esquecem e, principalmente, porque desconhecem a transformação da matéria em energia, a qual é eterna, passam por aflição que lhes abate o ânimo e o desejo de viver, manifestando uma ilusória derrocada da vida, como se fosse um fim absoluto. 
Porém, a vida continua: nos que sobrevivem e nos que estão a chegar. 
Aquelas outras culturas abordam o assunto com leveza e sentimento elevado, sabendo da continuidade da existência como um todo. Ao corpo morto dão a atenção restrita ao necessário, ou seja, honrá-lo com um enterro ou com uma cremação, simplesmente. Também honram a memória de seus antepassados, com cerimônias de culto aos mortos, que podem se nos apresentar como uma visita aos túmulos em épocas apropriadas, ou festejando, em certas ocasiões, coletivamente. 
No extremo oriente, as famílias têm em suas residências um local próprio, tal qual um nicho, onde colocam fotos ou objetos pertencentes àqueles que partiram, onde acendem uma vela ou ligam uma lâmpada para iluminar, com reverência de gestos e de preces para com seus entes queridos, que já não estão entre nós. É sempre uma lembrança que mantém viva a consciência da eternidade. 
Interessante sabermos que há, na Índia, uma seita religiosa que comemora de um modo invertido o nascimento e a morte. Quando nasce uma criança, fazem uma lamentação e vestem-se de roupas escuras. Quando ocorre um falecimento, cantam e dançam com uma alegria contagiante e vestem-se de roupas claras, de preferência usando o branco. Alegam que quando alguém nasce é porque morreu no além; e quando alguém falece é porque renasce em outra dimensão. E, assim, a vida continua ininterruptamente... 
Nas culturas nativo-americanas, a consideração com o corpo físico é muito relativa. Eles têm uma noção latente da continuidade existencial. Logo, o que possa acontecer com o cadáver é o que tem a menor importância. Quando abatiam um inimigo valoroso, comiam da sua carne para absorver a energia do valente guerreiro – assim eram suas crenças. Fora isso, também festejava o falecimento dos de sua própria tribo, com rituais respeitosos. 
A popularização das festas dos mortos originou-se de uma mescla das duas culturas, mediante a introdução da catequese católica pelos colonizadores europeus. Nestas festas, amalgamam-se o sagrado e o profano. Desde que predomine a conduta dos nativos, ocorre uma alegria contagiante com o tema da morte. Muitas são as brincadeiras e as comilanças. E assim é que tem que ser... 
Devemos tirar lições dessas atividades sociais, porque a vida não termina com a morte do corpo - esta é simplesmente uma transformação. Assim como com uma semente que tem a aparência de coisa morta, dali surge a vida que é sagrada e preciosa. Decompõe-se a matéria - dito corpo físico - e liberta-se a energia eterna consciente e inteligente, que os antepassados denominavam como a alma. 
Em nossa sociedade, de culturas diversificadas, ainda que um falecimento redunde em lamentações de carpideiras, também predomina, bem lá fundo de nossas mentes, uma subconsciência da eternidade do Ser. Oriunda do nosso meio popular, lembremo-nos da música do nosso poeta Noel Rosa, cujos versos manifestam tal crença em outras realidades: 
“Quando eu morrer, não quero choro nem vela, 
Quero uma fita amarela gravada com o nome dela. 
Se existe alma, se há outra encarnação, 
Eu queria que a mulata sapateasse no meu caixão”. 
Etc. 
Por isso mesmo, deixemos a tristeza para lá após o choque inicial de uma separação, que nos surpreende com o inesperado ou com a interrupção de uma esperança de recuperação, talvez não permitida pelo Equilíbrio Universal, o qual é Onisciente. A aceitação do fato nos traz uma grande e profunda Paz. 
O melhor é manter em nossas mentes e em nossos corações simbólicos as boas lembranças dos nossos entes queridos, que partiram antes de nós, e tenhamos certeza e fé de que eles nos aguardam. Tenhamos sempre para com eles bons e alegres pensamentos, com agradecimentos. 
Justifica-se comemorar com grande júbilo a festa dedicada aos que transporem os portais interdimensionais, pois a Eternidade nos envolve como uma realidade inegável e absoluta. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

AVISO

Dia 23/11 (quarta-feira) será o último dia da nossa Oficina de Crônicas. Faremos uma pequena confraternização ao fim da aula, avaliaremos o nosso semestre e teremos uma pequena surpresa para os alunos. Contamos com a presença de todos!

Equipe LerUERJ.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Para hoje temos o texto da aluna Isaura que fala sobre as suas impressões sobre o dia de finados no México e em outras culturas. DIVIRTAM-SE!

Dia de Finados 

Em todo o mundo comemora-se o dia de finados que é no dia dois de novembro.
Porém, cada país tem suas tradições, costumes e hábitos. Achei muito interessante as homenagens no México.
Assistindo a um programa de curiosidades, chamou a minha atenção, o modo como é comemorado o dia de finados no México. Em todos os cemitérios, principalmente os do Distrito Federal, que tem mais atrações para os turistas e curiosos. Fazem verdadeiras festas para oferecer aos seus falecidos. Pintam as sepulturas com cores fortes e cobrem as partes de cima com bastante flores amarelas. Fazem pães especiais chamados "Pão dos Mortos", doces como chocolates com o formato de caixões e caveirinhas, e máscaras para serem usadas no dia. Tem muita música, dança e a festa vai até de madrugada, à luz de bastante velas. 
É um acontecimento muito bom para o comércio. As lojas vendem roupas de caveira e máscaras, etc.
Eu acho as comemorações no México, bem melhores que aqui, pois devemos lembrar os nossos falecidos com saudade e não com tristeza. 
O dia de todos os santos lá comemorado é chamado  o dia dos santos inocentes e começam os preparativos em outubro com bastante antecedência. Os falecidos se sentem como no tempo de sua existência terrestre.

Isaura                        

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Crônica do dia

Em mais um dia de postagem, temos hoje o texto da aluna Ney que nos emocionou muito e que fala  sobre nós professores e de nosso trabalho desenvolvido. EMOCIONEM-SE!                                         

Feliz dia do Mestre...

Ao ler as crônicas postadas pelo dia do mestre no "LerUERJ", senti uma alegria grande em saber quanto fazemos bem a esses professores. Ao ouvir dizer que aprendem conosco, fiquei muito feliz com essa mensagem. Nós viemos aqui para conseguir melhorar a nossa vida. Viemos para para começar a deixar para trás as coisas mais corriqueiras, incentivarem nossa memória, enriquecer nossa existência, caminhar nas vindas para a UNATI, mesmo com chuva encontrar e conviver com outros colegas, temos fome nesta idade de aprender mais, estamos lendo, pensando, tornando nossos passados escondidos desnudados. Nesse momento é que mostramos nossas histórias, nossos desejos que foram concretizados, nossos exemplos na prática de profissões diversas, no tempo que vivemos ensinando aos nossos filhos, e aprendendo com eles tantas coisas que não percebíamos.
Estes metres em aprendizagem estão nos ensinando e mostrando quanto temos em nossas mãos ferramentas que podemos utilizar para nos expressar nas dificuldades do nosso estado, do nosso país, em nossa  vida própria. Contando relatos acontecidos, às vezes inventados procurando nos fazer buscar palavras de desencanto e de muita alegria, crônicas que nos fazem refletir que as famílias, a política, a democracia não são perfeitas, mas o que me consola é que no meio disto tudo existe alguém que quer melhorar e enriquecer a nossa existência.
Meus professores, vocês ensinaram nas aulas de literatura esta vovó a ver como um mundo fica tão lindo fica melhor se tiver alguém para falar como vocês, para nos ensinar. 
Obrigada, queridos, sejam sempre assim professores, mas seres humanos alegres, amorosos, e cuidadosos para conosco.

Ney Bretas Neves                         

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Continuando mais um dia de postagens, temos hoje o texto da aluna Stella sobre a família e todos os seus casos quando se encontram. DIVIRTAM-SE!    

Família

Como é bom ter família e, ao mesmo tempo, como são difíceis os relacionamentos familiares.
Quando se tem um amigo, geralmente, ele foi escolhido pela afinidade, em algum setor da vida, seja estudo, trabalho etc. Família, porém, não se escolhe, mas tem-se a certeza de poder contar com ela em alguma dificuldade. Os amigos também.
Existem as velhas e conhecidas rixas: sogra x nora; cunhado x cunhada; irmão x irmã - todas, motivo de anedotas! E por aí vai...
Clarice Lispector soube magistralmente discorrer sobre os problemas familiares nesse seu conto "Feliz Aniversário", do livro "Laços de Família".
Abordou diversos tópicos, mas o principal deles foi o conflito de gerações. É interessante como os mais novos tratam os mais idosos como se eles fossem surdos, não ouvissem e nem entendessem nada.
Certamente, o velho ditado diz: "o velho volta a ser criança".
Numa reunião de aniversário, são as crianças, autênticas, correndo de lá para cá, as mulheres trocando farpas e falando de moda, fofocando e, os homens, isolando-se como se estivessem numa arquibancada de estádio, falando de seus esportes favoritos. E haja cerveja!... Alguns não bebem, mas a razão é, certamente, a Lei Seca!
Na hora da saída, despedem-se todos, muitos com lágrimas nos olhos (fingidas? não sei) e os donos da casa ficam para limpar tudo, inclusive, procurar mais improváveis cantos, aquela empada que o neto "capeta" colocou enfiada no assento de uma poltrona.
E viva a família! Que viva com união, amor, alegria e que sempre pense no dia em que chegará à idade do vovô ou da vovó. Se não chegar, é porque já se foi cedo para o outro Reino...
E viva a família!

Stella Maria      

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Crônica do dia

Terminando a semana, a bela crônica da aluna Ney, em que ela fala do que gostaria de ter sido e do que é. Boa leitura!

Quem seria eu...

Lembranças da minha infância, eram bem alegres quando me via molhando a horta da vovó, jogando água fora do portão, respingando as pessoas que passavam, isto porque suas plantações ficavam no jardim da frente da casa. Eu me divertia sempre, levava um pito por fazer aquilo. No quintal tinha um galinheiro, onde também ajudava a dar milho para o galo nervoso correndo atrás de suas galinhas gorjeadoras, e os pintinhos que coisa linda! amarelinhos, fugitivos, medrosos. Ajudava a lavar louças, varrer quintal, sabia de minhas obrigações, não gostava de deixar de fazer nada, para depois brincar.
Divertíamos, correndo pra lá e pra cá, entre os lençóis brancos de minha vó, enxaguados com anil, para dar uma cor alva. Era lá com meus seis anos, brincava com irmã Nilda, mais nova três anos que eu. Vovó gritava "sai daí, meninas arteiras, vai sujar minha roupa", nós saíamos dali correndo prontas para levar palmadas pela arte. Íamos direto para o quarto, onde morávamos, lá ficávamos quietinhas, com minha outra Norma que era de colo. Ela gritava "fica aí, não saiam senão pego vocês". Vó Luiza tinha razão, tinha que enxaguar de novo os lençóis.
Havia uma janela no quarto da frente, onde moravam dois senhores. Eles saíam para trabalhar. Lá ia eu arrumar. Eles tinham um rádio, nele eu ligava na Rádio Ministério da Educação. Sintonizava, era hora das músicas clássicas, as de piano eram minhas preferidas. Então depois da tarefa, ia eu para frente da tal janela, e fingia estar tocando piano no beiral. Olhava para fora e via as pessoas, e pensando com meus botões estou dando um conserto para elas. Que fantasia, queria ser pianista.
Mai tarde, fui estudar no colégio da igreja do Bom Jesus da Penha, consegui uma bolsa, morava pertinho, numa rua transversal. Fiz meu jardim de infância e primeiro ano, lá fui batizada, crismada, e também o catecismo. Com tanto padre e freira, fiquei apaixonada pela religião. Nos credos, nas obrigações religiosas, ajudava em tudo que podia, menina prestativa. Aí pensei quando crescer quero ser freira!
Aos nove anos, mudamos para o conjunto da Light, na Penha Circular. Meu pai trabalhou duro para conseguir esta casinha de dois quartos, sala cozinha, banheiro, tudo só para nós cinco.
Estudei meu primário no colégio público Mario Barreto, pertinho da minha casa. Lá conheci meu primeiro amor, Luiz Antonio, garoto moreninho, muito meu amiguinho, ele nunca soube que eu era apaixonada, bastava estar perto, de segunda a sexta. As tias Maria do Carmo, uma senhora muito compreensiva, sabia ensinar, Solange, Ilma, que moças lindas, cheias de entusiasmos, faziam sempre nas comemorações, ensaios teatrais, as datas não eram esquecidas nunca. Olhava para elas, queria ser também professora quando crescer.
Olho para trás, não fui nada que sonhei, mas aprendi tanto, fui uma filha presente na velhice dos meus pais, fui esposa zelosa para minha família, sou e serei sempre a mãe de todas horas para meus filhos Glaucio e Flavio.
Hoje não vejo nenhuma tristeza, a minha vida está completa, com minha família unida, na UNATI, nas diversões, na aposentadoria, no que eu possa vir a fazer em prol do próximo. Não sou um espelho de grandeza, mas procuro ser melhor que ontem. Obrigado, meus colegas e professores, por mais uma vez ouvir  minha história.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Crônica do dia

Hoje, a crônica da aluna Honorina, em que nos relata o que lhe aconteceu em 2004, no cemitério de Inhaúma. Boa leitura!

Cenas reais do Cemitério de Inhaúma

Eu já tinha lido uma crônica de Lima Barreto, falando sobre enterros no Cemitério de Inhaúma. Ele conta que o defunto foi cuspido do caixão quando era conduzido para o cemitério, devida à estrada ruim, e que o morto estava vivo, ficou muito irritado por ter voltado ao mundo dos vivos, querendo processar quem o tinha trazido de volta.
Outro  caso que o autor relata é a do enterro do Felisberto Catarino, que por ser muito querido, todos o queriam levar à última morada. Como era muito distante, durante o cortejo, em todo bar por que passavam, paravam para tomar um trago e deixavam o morto na beira da estrada, aconteceu que ficaram bêbados e perderam o defunto, só quando chegaram ao Campo Santo, que sentiram sua falta e voltaram para procurar. Isso ocorreu em 1922. Entretanto, agora, em 2004, presenciei um fato muito cômico, também no cemitério de Inhaúma, o qual posso relatar.
Por volta das 14:30 horas, todos reunidos para as despedidas do corpo, como é de praxe. Ele era marido de uma colega de trabalho. Na hora de carregar o caixão, para o carro que levaria à sepultura, houve um grande tumulto, eu pensei que era assalto, pois estava acontecendo muito assalto em velórios. Houve correrias, gritos e um grande barulho, eu imaginei serem tiros, fiquei apavorada. Então eu e minha supervisora corremos e entramos no banheiro dos homens, e saímos rápido, tendo impressão de que estavam nos seguindo, me perdi dela, corri até o final das salas e tinha outro defunto sendo velado. Só havia uma moça, eu entrei e sentei-me no banco, fiquei imóvel, não consegui levantar com uma dor na coluna de nervoso. Nesse momento de aflição, olho para cima e vejo uma imagem de São Jorge, eu começo a pedir que me tirasse dessa angústia. Garanto que, se aquela confusão chegasse até ali, eu abraçaria o caixão naquele momento. Só havia uma moça na sala e que na hora saiu para ver o que estava acontecendo. Logo que diminuiu a confusão, eu perguntei à moça o que tinha acontecido. Ela respondeu que era briga de família. Quando parou, eu saí e vi o irmão e o pai da minha colega feridos, rasgados, um sem camisa, vasos quebrados... E o caixão estava dividido entre o carro e o chão, foi horrível. Eu consegui passar e saí rápido, de volta para casa. De repente, vem minha colega (a viúva) com o filho caçula, em passos largos, até me assustei, achei que nem sepultaram o defunto, passaram por mim rápidos, e sumiram. Eu estava nervosa, pois não vinha o ônibus, o tempo fechado, já escurecendo, parecia que era outro mundo. Eu tive vontade de pegar um táxi, mas no momento só tinha vale transporte, pensei em pegar, e em casa pagar, mas finalmente o ônibus 360 apareceu.
Quando passei em frente à capela, não havia mais nada, respirei aliviada. Quanto a minha supervisora, só nos encontramos no dia seguinte, no trabalho. Aquele lugar me deu uma sensação horrível.
Chegando a casa, tomei um chá de camomila bem forte, para acalmar os nervos e esquecer aquele episódio... Aconteceu em 2004.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Crônica do dia

Em mais um dia de postagem, temos o texto da aluna Isaura que nos conta sobre uma comemoração de aniversário que não teve lá tanto sucesso. DIVIRTAM-SE!   

Festa de aniversário


Familiares, parentes e alguns amigos iam chegando para comemorarmos juntos os noventa anos de vida da mamãe. A memória falhando muito. Já não tinha firmeza nas pernas e também era muito impaciente. Os convidados chegando, a sala, embora grande, tornou-se pequena. Parentes que há tempos não via, ela perguntava quem eram.
Mamãe sentada, em sua poltrona cativa, parecia feliz sorrindo muito e respondendo às perguntas que lhes eram feitas.
Mas, à medida que iam chegando mais pessoas, ela se agitava e querendo ir para seu quarto. Os netos muito chegados a ela, para distraí-la e dar tempo para cantar: "Parabéns", pediam para ela rezar a Ave Maria e o Pai Nosso em árabe, para saber se ela ainda se lembrava. Claro que não se lembrou.
Em dado momento, ouviu-se grade barulho!
Não podia ser coisa pior!
Uma das crianças correndo, correndo, caiu e segurou-se na toalha da mesa que já estava arrumada inclusive, o bolo enfeitado. Enfim o caos, pois foi tudo parar no chão com doces, bolo e salgadinhos espalhados por todo lado.
Mamãe, com o tumulto formado pelo incidente, passou mal, e agitada quis ir para seu quarto. Assim terminou a festa, sem "Parabéns para você" e sem apagar as velinhas.

Isaura