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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Crônica do Dia

E na nossa quarta feira com mais uma postagem, temos hoje a crônica do aluno Homero que nos conta que um livro pode ser tudo o que quisermos, por exemplo  uma arma, um grande amigo ou até um pomo da discórdia. DIVIRTAM-SE!  

O Clandestino de uma Felicidade 

Quando Deus liberou o mundo, para que nele fosse instalada toda essa massa de arruinados e apropriadores de espaços de terra sem dono. Umas desde muito cedo até desproporcionais em relação ao resto de tamanho moderado, como que se não bastasse a desproporção entre praticamente o resto, aquele imenso espaço. Nasciam em toda parte ervas desconhecidas, sem virtudes para o uso, como alimentou, ou mesmo para a ornamentação, mas a verdade é que nasciam ali como que se convidadas houvessem sido. Mas que muito pouco daquilo era aproveitado.
Só que no primeiro aniversário de toda aquela mistura de coisas, alguém certamente com a experiência lá de onde hajam vindo. Nunca se sabe realmente de onde terá vindo todo esse complexo emaranhado, não se sabendo o valor, se é que tem valor a ser mensurado, por não haver referência em nada. Mesmo que se vire ao avesso, nada será encontrado que sugira ou possa dar a menor ideia sobre a data natalícia e saudade.
Mas que talento tinha aquilo tudo para a crueldade. Bastava um pequeno arranhão para que a infecção impiedosa ali estivesse, havendo vários casos de quedas de árvores aparentemente saudáveis, mas sem que despencassem. Como que se aquele desajeitado espaço devesse ser odiado por seu aspecto discrepante de todo o resto, com o contexto de toda aquela região.
Mas que enfim chegou o dia do levantamento aerométrico da região e, sabe-se lá que por cargas d'água a região haja sido contemplada com a visita de agrimensor, meio desajustado, ou quem sabe com o QI acima dos demais e por seu trabalho naquela parte que, para todos, nada servia, de uma hora para outra, passou a um escalão especial, graças ao trabalho feito por aquele atrevido profissional que produzira um livro volumoso a respeito de sua tese; era um livro de se ficar vivendo com ele, devorando-o. Mas muito acima de custos normais para aquilo que habitualmente se poderia pagar por um livro.
Olhando bem para aquele volume do livro, dava para pensar como seria ele, nas mãos daqueles que não podem ver um livro e por essa razão ficam sem saber o que fazer ao descobrir um livro com tal aspecto? O livro parecia ter algo de secreto e ao mesmo tempo satânico, deixando todo aquele que desejo tê-lo para saciar aquele desejo parece ir ficando mais remota a oportunidade de uma resposta favorável, ou quem de uma promessa de alguém que haja lido o referido objeto de desejo. O pior é que não se sabe, por quanto tempo esse desejo terá que ser sustentado. 
O tempo foi passando até que um dia o autor do livro, estranho que esse seguisse na prateleira da livraria, sem que ninguém se interessasse por ele e resolveu saber a razão, entrando ele mesmo no ciclo da livraria ao público e ficou sabendo que jamais o livro fora exposto em vista de colegas seus do departamento de pesquisas enciumados com a beleza da obra e principalmente o conteúdo literário impediram que o livro pudesse chegar as mãos do público. E só aí, ao descobrir toda a trama, promoveu uma tarde de autógrafos, distribuindo gratuitamente o livro como vingança aos colegas invejosos .
É com esse ato corajoso que o livro vai ganhando o mundo batendo os recordes de venda e com isso compensando a distribuição grátis em muito. E com isso aquele pedação de terra desajeitado passou aos olhos do mundo, com a denominação de O Clandestino de uma Feliz Cidade.

Homero                        

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