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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Crônica do dia

Hoje temos uma crônica surpreendente da aluna Dilza. Boa leitura!

Estava escrito

Ela casou pouco mais que uma criança, apenas 16 anos. Não tivera mãe que a criasse e estava apaixonada pelo namorado, um rapaz muito jovem também. Cheios de sonhos e vontade de serem felizes, foram tentar a vida numa cidadezinha no interior do estado.
Lá fizeram amizade com uma família que os acolheu como se fossem seus irmãos mais novos.
As duas mulheres engravidaram. Quanta alegria!
A jovem inexperiente estava muito insegura com a gravidez, porém sua amiga, já mãe de quatro filhos, procurava tranquilizá-la, dizendo que tudo iria correr bem e que a maternidade não era nenhum bicho de sete cabeças. E assim a amizade entre as duas ia se solidificando dia a dia, até que Maria (este era o nome da mais velha), sentindo que a hora de seu parto se aproximava, mandou dizer a Dilma (a mais nova) que fosse à cidade comprar algo que precisava. Na verdade, ela só queria que Dilma não presenciasse o momento do parto e assim não se assustasse.
De fato, quando ela retornou, um meninão já havia nascido. O quinto filho de Maria, mais um menino! Daí a três semanas, foi a vez de Dilma. Tudo correu bem e ela teve uma menina, também forte e saudável. Quantas dúvidas! A quem recorreria? À Maria, sua grande amiga, por isso, na hora de escolher padrinhos para sua filha , não teve dúvidas: Maria e seu esposo, que aceitaram alegremente.
O tempo passou, a amizade solidificou-se mais e mais. Mas um belo dia, o marido de Dilma viu que não dava mais para permanecer naquela cidade. Lá não teriam condições de melhorar de vida, e resolveu então tentar a sorte no Rio de Janeiro. Saíram da cidadezinha, deixando os compadres e as raízes.
Após dezesseis anos e muitos obstáculos vencidos, muitas dores e também muitas vitórias, Dilma e sua filha resolveram visitar os amigos, tirar férias e matar as saudades de todos.
Maria tivera mais dois filhos e Dilma ficara só naquela. O reencontro foi muito alegre e as lembranças, resgatadas em longas conversas durante as tardes. O que não se previra é que os dois jovens nascidos tão próximos e depois afastados iam tornar-se um pouco mais que amigos: namorados!
As férias terminaram, e elas retornaram ao Rio. O namoro continuou por correspondência durante algum tempo, mas não resistiu a distância e eles romperam.
Um ano depois, o jovem vem para o Rio. Precisava servir à Pátria e, então, novo reencontro.
Os dois reatam o namoro, desta vez em definitivo. O casamento já dura quarenta e seis anos!
E eu pergunto: estava ou não estava escrito?

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