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terça-feira, 16 de abril de 2013

Crônica do dia

Hoje temos a crônica da aluna Yara, na qual cria um diálogo entre duas personagens: ela mesma com a idade atual e ela quando criança. Boa leitura!

O diálogo do silêncio

Sentada em minha cadeira preferida, refletia sobre a beleza de viver. A vida como uma gangorra num sobe e desce constante.
Senti-me observada e ao meu lado vejo uma criança sorrindo para mim. No entanto, não a reconheço. É-me totalmente desconhecida, até naquele momento. Fiquei intrigada porque estava só, em casa, portas trancadas, silêncio total. Fixei-a por longos minutos no que fui correspondida, com aquele sorrisinho infantil. Uma inquietude se apossou de mim. Pensei em romper o silêncio por ser a adulta naquela situação, e iniciar um diálogo esclarecedor. No entanto, a criança foi mais rápida e disse: - Oi! Você me chamou e eu vim. Respondi: - Não entendi direito. Como posso ter chamado você, criança, se nem te conheço?
Ela gargalhou deixando à mostra seus lindos dentinhos e duas covinhas nas bochechas morena. E disse-me: - Conheço tudo sobre você porque te conheço muito bem.
Aparvalhada ainda falo: - Como assim?
- Você quer ver? Eu provo. Quer? - disse rápida.
- Como?!
Começa então a narrar tudo sobre minhas vivências e, em alguns momentos, ressaltando com riqueza de detalhes situações vividas e até já esquecidas nos arquivos da minha memória. Até as experiências do momento, meus ideais, metas a alcançar, sentimentos e sensações. - Provei? - ela diz.
Penso: Quem é essa criança mágica? Belisco-me e sinto dor, então concluo: - É real! Enlouqueci! Será?
Ela, sempre muito rápida, esclarece: - Não se assuste porque esta vivência é real. Simplesmente você mergulhou em si mesma e eu emergi. Porque eu sou a criança que vive em você e sempre seremos amigas, alegres e felizes.
Abraçamo-nos, fecho os olhos e volto a dormir com a minha criança.


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