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segunda-feira, 26 de março de 2012

Crônica do dia

Para começarmos a nossa semana temos hoje o texto da aluna Dilza que nos conta um engraçado caso de ciúmes de uma esposa que decide investigar a vida do seu marido. DIVIRTAM-SE!     


O Inusitado

Helena e Carlos estavam casados há alguns anos e eram bem felizes. Helena era um pouco ciumenta, mas viviam bem, até seu marido ser promovido a um cargo bel elevado na direção da empresa onde trabalhava. O volume de serviço era muito e ele constantemente precisava ficar trabalhando até muito tarde junto com sua secretária Sheila que levava para casa depois do expediente, fato que não escondia de Helena, pois não via nada demais. Era apenas uma forma de retribuir a dedicação da funcionária, demonstrar sua educação e dar-lhe mais segurança, pois ela morava em um local distante e não possuía carro.
Helena não estava nem um pouco satisfeita com essa situação, sentia-se muito só e pouco a pouco foi imaginando coisas: Será que não estava sendo traída? Ah, se isso for verdade, eles vão me pagar!...
Teve uma conversa franca com o marido expondo sua solidão e também suas suspeitas. Ele negou, é claro! Ainda prometeu que tentaria chegar mais cedo, o que não conseguiu cumprir.
Certo dia ao ler o jornal, Helena viu um anúncio de detetive particular. Poderia ser essa a solução para o seu problema. Fez contato com o profissional, acertou detalhes e contratou seus serviços. 
Nesta noite, Carlos pela janela do escritório viu um homem na calçada em frente em atitude suspeita e tentando se esconder dos transeuntes. As horas passaram e o homem não arredou pé. Já era madrugada e ele lá firme. Carlos intrigado e temeroso, ligou para a polícia que levou o tal sujeito para a delegacia. Mais tarde, Helena foi acordada por um telefonema : Alô madame, por favor venha aqui explicar a situação pro delegado".

Dilza da Cunha Vieira            

sexta-feira, 23 de março de 2012

Para encerrarmos a nossa semana, temos hoje o texto do escritor Fernando Sabino, chamado "Vinho de Missa", onde nos é relatada uma travessura de um menino em um colégio de padres. DIVIRTAM-SE!  


Vinho de Missa

Era domingo e o navio prosseguia viagem. Os passageiros iam sendo convocados para a missa de 
bordo.
-- Vamos à missa?  convidou Ovalle.
O passageiro a seu lado no convés recusou-se com inesperada veemência:
-- Missa, eu? Deus me livre de missa.
-- Não entendo -- tornou Ovalle, intrigado:
-- O senhor pede justamente a Deus que o livre da missa?
-- No meu tempo de menino eu ia à missa. Mas deixei de ir por causa de um episódio no colégio interno, há mais de trinta anos. Colégio de padre -- isso explica tudo, o senhor não acha?
Ele achou que não explicava nada e pediu ao homem que contasse.
-- Pois olha, vou lhe contar: imagine o senhor que havia no colégio um barbeiro, para fazer a barba dos padres e o cabelo dos alunos. Vai um dia o barbeiro me seduz com a idéia de furtar o vinho de missa, que era guardado numa adega. Me ensinou um jeito de entrar na adega -- e um dia eu fiz uma incursão ao tonel de vinho. Mas fui infeliz: deixei a torneira pingando, descobriram a travessura e no dia seguinte o padre-diretor reunia todos os alunos do colégio, intimando o culpado a se denunciar. Ia haver comunhão geral e quem comungasse com tão horrenda culpa mereceria danação eterna. Está visto que não me denunciei: busquei um confessor, tendo o cuidado de escolher um padre que gozava entre nós da fama de ser mais camarada: "Padre, como é que eu saio desta? Eu pequei, fui eu que bebi o vinho. Mas se deixar de comungar, o padre-diretor descobre tudo, vou ser castigado." Ele então me tranqüilizou, invocando o segredo confessional, me absolveu e pude receber a comunhão. Pois muito bem: no mesmo dia todo mundo sabia que tinha sido eu e eu era suspenso do colégio. O homem respirou fundo e acrescentou, irritado:
-- Como é que o senhor quer que eu ainda tenha fé nessa espécie de gente?
Ovalle ouvia calado, os olhos perdidos na amplidão do mar. Sem se voltar para o outro, comentou:
-- O senhor, certamente, achou que o confessor saiu dali e foi direitinho contar ao diretor.
-- Isso mesmo. Foi o que aconteceu.
-- O vinho era bom?
-- Como?
-- Pergunto se o senhor achou o vinho bom.
O homem sorriu, intrigado:
-- Creio que sim. Tanto tempo, não me lembro mais... Mas devia ser: vinho de missa!
Então Ovalle se voltou para o homem, ergueu o punho com veemência:
-- E o senhor, depois de beber o seu bom vinho de missa, me passa trinta anos acreditando nessa asneira? O homem o olhava, boquiaberto:
-- Asneira? Que asneira?
-- Será possível que ainda não percebeu? Foi o barbeiro, idiota!
-- O barbeiro? -- balbuciou o outro:
-- É verdade... O barbeiro! Como é que na época não me ocorreu...
-- Vamos para a missa -- ordenou Ovalle, tomando-o pelo braço.

Fernando Sabino

quinta-feira, 22 de março de 2012

Crônica do dia

A aluna Vó Cacilda descreve, de maneira belíssima, um lugar que não chegou a conhecer. Lindo! Boa leitura!

A excursão

Um grupo de amigas viajou para o Pará, a fim de conhecer o que os paraenses chamam de Praia de Marabá.
Contaram que estiveram num determinado trecho do rio Tocantins, que atravessa a cidade de Marabá, e se encantaram com o que foi visto: um lugar belíssimo!
Souberam pelos moradores do lugar, que, no tempo da seca, quando as chuvas são escassas, o nível das águas do rio desce muito, formando, em suas margens, bancos de areia e pequenos lagos.
A correnteza das águas no centro do rio é forte e perigosa, até mesmo para os pescadores, que estão acostumados a enfrentar, com seus barcos, a força dessas águas. Nas margens a água é lenta e bem rasa, onde as crianças podem brincar e catar pedrinhas, sem perigo.
Falaram também que, em redor de toda orla, de um lado as matas e, ao centro, as águas do rio, formam um cenário deslumbrante.
E eu... lamentavelmente, por motivo de saúde, não pude participar dessa linda viagem. Era um passeio que eu sonhava, mas no dia não pude ir.
Na vida aparecem oportunidades que às vezes não conseguimos segurar.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Crônica do Dia

Temos hoje, na nossa semana sobre o que não fizemos nas férias, o texto do aluno Rubim Fortunato que nos relata tudo aquilo que desejava para o recesso escolar. DIVIRTAM-SE! 

Férias

O que não fiz durante as férias escolares? Mencionar o que não foi feito durante esse período é frustrante.
Programar o que se pretende fazer nessa ocasião é fácil, realizar é que é difícil.
Eu pretendia organizar ou desfazer-me da papelada, que é extensa referente principalmente aos cursos que fiz em 14 anos na UNATI. Consegui muito pouco: os da "Oficina da Memória" (11 anos de frequência) e outros permaneceram intactos.
Planejei também fazer visitas para um amigo que mora em Jacarepaguá e primos que residem em Campo Grande.
Desejei ler os livros de uma coleção que ganhei e outros que queria estudá-los, e nada. Valeu a intenção.
Queria escrever várias crônicas, só fiz uma única.
Assim, aqui fico com minha grande frustração do que não fiz no recesso das aulas da UNATI. 

Rubim Fortunato            

terça-feira, 20 de março de 2012

Crônica do dia

Nas próximas férias, talvez, nossa aluna Maria Lucia realizará tudo o que nos escreveu nesta maravilhosa crônica! Boa leitura!

Varinha na mão

O que não fiz nestas férias foi ir a uma loja e comprar uma varinha de condão.
Poder tocar nos correios para as correspondências, os malotes de alimentos, roupas e presentes chegarem aos seus destinos.
Tocar no sol e fazer um túnel de energia saudável e grátis, voar até os rios, torná-los limpos com água para todos.
Encostar a varinha no coração dos homens acabando com o desamor, não tendo mais guerras, fomes, injustiças. A mentira não terá vez, com excessão dos filmes, novelas e historinhas de fadas.
Com a varinha, acabaria com as filas nos bancos e supermercados, aliás as compras chegariam aos armários e geladeiras das cozinhas.
Isso seriam algumas boas que faria com a varinha.
Bem, é só isso que deixei de fazer nas férias. Mas garanto que nas próximas, pois só nesse período que se vende, comprarei a tal varinha de condão. Ela existe, está no dicionário e ele não mente. 

segunda-feira, 19 de março de 2012

Crônica do dia

A aluna Dilza, nova na Oficina de Crônicas, nos presenteou com essa belíssima crônica sobre as suas férias. Boa leitura!

O que não fiz nas minhas férias

Nestas férias tive um problema de saúde que me impediu de realizar vários projetos elaborados há algum tempo. Não estou triste por isso, ao contrário.

Aprendi que o futuro não aconteceu ainda e o que importa de verdade é curtir bastante o presente e ser feliz, aproveitando-o ao máximo.

Nestas férias não vi a neve. Não visitei o Museu do Louvre nem a Torre Eiffel; não deslizei pelas águas do Sena nem tampouco conheci os jardins de Monet. Tinha planejado uma visita a Paris, um sonho bem antigo...

Nestas férias não vi o sol nascer nem se pôr na praia. É tão lindo, não?

Em compensação:

Eu vi Ana Carolina (minha netinha) dar seus primeiros passos pela casa, iniciando sua caminhada pela vida; e a fiz adormecer em meus braços, entoando cantigas de ninar.

Brinquei muito com ela, escutei-a balbuciar “vovó”, me fazendo carinhos no rosto com suas mãozinhas macias e gorduchas.

Vi flores desabrochando no jardim de minha casa: coloridas, alegres e com um perfume tão suave que, fechando os olhos tenho a impressão de senti-lo novamente. Meu hibisco amarelo, o canteiro de junquilhos rosa e brancos, a roseira vermelha, a chá, o bougainville lilás, as margaridas... O pé de acácias, de tão florido, parecia uma chuva de ouro no quintal. Minhas duas orquídeas floresceram também e até a dama da noite, flor que só abre uma noite a cada ano, me presenteou com quatro flores em meados de janeiro.

Realmente eu deixei de realizar vários projetos. Encaixotei-os para, quem sabe, um dia, talvez...

Mas, fiz outras coisas que me deram tanto prazer ou mais. O importante é que nestas férias eu fui muito feliz. Eu sou uma pessoa feliz, graças a Deus!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Crônica do dia

O aluno Samuel Kauffmann fala com bastante emoção de algumas de suas experiências neste início de 2012. Boa leitura!

Meu maior presente

Hoje completei 70 anos de idade. E recebi o meu maior presente, há tanto tempo aguardado. Fui convidado pela pequena Instituição de Longa Permanência para Idosas, a “Casa de Ramana”, agregada à Associação Espiritualista “A Luz no Caminho”, para oferecer meus préstimos caritativos, como voluntário terapeuta holístico reikiano.
Ora, havereis de perguntar-me o que significa isso: terapeuta holístico reikiano?
Bem, terei que voltar alguns anos, quando ainda trabalhava e em vias de obter a aposentadoria por idade. E, veja, contribuí por 45 anos para o INSS, com o objetivo de conseguir benefício um pouco melhor.
Naquela época, eu estava pesquisando na internet sobre o “Reiki”, que se trata de um tratamento complementar da medicina tradicional, por impostação das mãos; melhor dizendo: doação de energia. E por que isto? Meu pai, antes de ter o falecimento do seu corpo físico, falou-me: “Tudo o que receberes de graça tu haverás de doar, porque fora da caridade não há salvação”. Naquela ocasião, eu não tinha entendido plenamente a mensagem vinda de um espiritualista; porém, calou fundo em minha consciência. Estávamos chegando ao fim do milênio; percebia em bancas de jornal a exposição de revistas, acompanhadas de CD de musicas relaxantes, abordando assuntos esotéricos, incluindo o Reiki. Interessei-me e fui adquirindo as revistas. Todavia era uma explanação superficial, sem que me inteirasse mais profundamente no tema. Contudo, percebia que o caminho para atender a solicitação do pai era por ali.
No ano de 2009, já aposentando e em véspera de afastar-me do trabalho, foi que levei a sério a pesquisa sobre um curso onde pudesse aprender sobre o Reiki. Encontrando aquilo que buscava, em janeiro de 2010, matriculei-me no Instituto Brasileiro de Pesquisas e Difusão do Reiki, sob a direção do Master Reiki Johnny De’ Carli. Durante aquele ano frequentei os seminários, onde eu e outros estudantes fomos iniciados e sintonizados com a Energia Primordial Universal, tornando-nos aptos a praticar a terapia holística. Em julho de 2011, cursei no mesmo estabelecimento e com o mesmo mestre, o Karuna Reiki (karuna em sânscrito significa “compaixão”) – que é um avanço, um algo mais, nas técnicas de tratamento com energia em diferentes frequências.
Apesar das origens do Reiki serem desenvolvidas por mestres espiritualistas, não é uma religião, embora nos auxilie em termos aumentado a nossa consciência e espiritualidade. Trata-se, realmente, de um sistema de técnicas de canalização de energia para tratamento complementar de pacientes necessitados.
Agora estou realizando o sonho do meu pai através de minhas mãos com plena doação, fraternalmente, caritativamente e voluntariamente – o que me torna humanamente feliz.
Também, sou grato a Dona Sandra Rabello, coordenadora da Unati/UERJ, do Curso de Capacitação em Voluntariado, pela indicação de minha pessoa às ILPIs.
E exatamente hoje ocorreu a minha primeira sessão de tratamento na “Casa de Ramana”, com pleno sucesso. Atendi duas senhoras. A primeira delas, uma senhora voluntária com lapsos de memória recente, que após o tratamento sentiu paz, tranquilidade e ânimo, com melhor concentração mental. A segunda delas, uma senhora asilada, ex-voluntária da instituição, com dupla personalidade em um único estado de consciência, que terminada a aplicação manifestou ter melhor noção de seus próprios sentimentos: agradeceu-me, abençoando-me, após termos dado graças à Amorosa Fonte Altíssima, Eterna Geradora, Nossa Sagrada Origem.
Quanto a mim, senti-me permeado por uma energia vibrante, penetrando desde o alto da cabeça, descendo pela coluna até os pés, como a indicar-me que estou no caminho correto.
Estivemos, num instante de eternidade, amorosamente envolvidos pela
Luz.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Crônica do dia

Hoje temos o texto da aluna Honorina que nos conta sobre a saudade que estava sentindo da Oficina de Crônicas  e de sua importância. DIVIRTAM-SE !   

A volta das Férias 

Eu já estava torcendo para acabar as férias e retornar às aulas. Graças a Deus, superei alguns problemas de saúde que há seis meses estavam me preocupando; agora mais disposta estou retornando as minhas atividades. 
Estava com saudades dos colegas, o ano que passou foi muito bom, aprendi muito e isso só faz a gente crescer. 
Durante esse tempo, falei com meus colegas virtuais, mas o melhor é: "olho no olho", mesmo assim achei que valeu a pena. De vez em quando eu lia as crônicas do blog e vi que não foram mudadas, até achei bom, pois eu lia e refletia sobre cada assunto. Li também as da "Revista Revoarte". Matava a saudade, é como se estivéssemos em sala de aula, lembrava de Seu Homero pelo seu riso e bom humor. Como também lembrei-me do aniversário dele dia 7 de fevereiro. Na minha opinião, o nosso ano foi criativo e alegre.
E que este ano seja maravilhoso com grandes atividades para todos e que sejamos bem-vindos ao nosso reencontro com a cultura. E viva nós!...

Honorina Fonseca        

terça-feira, 13 de março de 2012

Crônica do dia

Continuando nossas primeiras postagens do semestre, temos hoje a crônica do aluno Rubim Fortunato, em que nos apresenta um Rio de Janeiro de uma época em que as pessoas andavam num "chope duplo" ou em "chifrudos". Boas lembranças e uma boa leitura!

Lembranças

O Rio que eu conheci, há muito tempo, era bem diferente do atual.
A vida era mais calma. O transporte mais usado era o bonde. Só não os havia para o Grajaú e a Urca, que eram bairros mais novos. Quando aumentaram o número de ônibus, eles não circulavam durante a madrugada e a gente podia esperar na rua até que eles retornassem. Vale a pena recordar que houve ônibus para a Urca, com dois andares, que foram apelidados pelos cariocas de "chope duplo".
Na gestão de Carlos Lacerda como governador do Estado da Guanabara (posteriormente incorporado ao do Rio de Janeiro), foram introduzidos os ônibus elétricos, denominados de chifrudos por causa de suas antenas. Mas havia um problema: elas viviam a cair e o condutor precisava descer e colocá-las no lugar. Quanto aos trens, não houve muitas mudanças: continuam andando ainda mais cheios. Metrô nem pensar, só entraram em funcionamento tempos depois.
Outra particularidade do Rio de outrora era a questão de alugar um imóvel: o costume era pendurar um papelão numa das janelas ou na porta, dispensando o anúncio no Jornal do Brasil, que publicava logo nas primeiras páginas os classificados.
Assim, procurei  apresentar alguns aspectos do Rio de Janeiro de outrora.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Crônica do dia

A aluna Stella Muehlbauer nos surpreendeu com um bela crônica na primeira aula do ano! Saudades, volta às aulas e a oficina de crônicas são os temas em questão. Boa leitura!

Volta às aulas

A volta às aulas é sempre conflitante. Quando crianças, rezávamos para que houvesse qualquer contratempo e a volta fosse adiada. Com a nossa idade, porém, gostamos do convívio dos colegas, professores, sentimos saudades e anisamos para que tudo recomece.
Alguma novidade? Alguma ausência? Como serão nossos colegas? Não sabemos... Eles são sempre aguardados e também estão ansiosos para saber o que os espera. Posso assegurar: nossa oficina não é muito boa; não, é excelente! Cada semana traz revelações nas crônicas que apresentamos e as surpresas são sempre numerosas. O carinho dos colegas e os aplausos ao fim de cada crônica lida até nos fazem acreditar que somos escritores.
A auto-estima sobe e, com ansiedade, esperamos pelo elogio dos colegas, pelos trocadilhos e apartes de certos alunos... Os antigos sabem a quem me refiro.
Bem, que Deus nos inspire, nos proteja e nos dê mais um ano de Oficina de Crônicas!