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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Crônica do dia

Iniciamos a semana com crônicas que evidenciam a intenção de quem escreve notícias. Com isso, temos a crônica da aluna Stella, em que nos mostra a tendência preconceituosa de uma notícia. Boa leitura!

Notícia

"Era um dia nublado e Maria de Souza, empregada doméstica, negra, quarenta e oito anos, seguia para seu trabalho quando foi abordada por dois homens brancos que se aproximaram dela e tentaram entabular uma conversa. Maria não lhes respondeu, acelerou o passo, mas os rapazes disseram:
- Não adianta acelerar, vai passando a bolsa com o dinheiro, o celular e esse anel aí, nós sabemos que é de ouro!
Maria, revoltada, deu-lhes duas fortes pancadas com o guarda-chuva que carregava e colocou os dois a nocaute esparramados no chão, desmaiados.
Olhando a fisionomia deles, ela os reconheceu: eram dois vizinhos brancos que, dias mais tarde, disseram-lhe que só estavam brincando...
Para azar deles, passou um carro de policiais que levaram os dois para o hospital e Maria para a delegacia, onde a autuaram por 'tentativa de homicídio', ainda mais que os dois ficaram bem mal, por uma semana.
Um dos policiais xingou-a de 'negra assassina', demonstrando com isso sua intolerância e preconceito."

Análise: será que, se Maria fosse branca e os rapazes, negros, teria sido detida? Não. Provavelmente, seria advertida a não agredir e talvez ainda fosse chamada para ser testemunha de acusação. O repórter que escreveu a notícia mostra sua tendência ao preconceito, quando faz questão de citar a cor dos personagens da notícia, o que, na minha opinião, não tem nada a ver com o caso narrado e, se ele está descrevendo a agressão, a cor da agressora e dos agredidos seria totalmente dispensável e o mais importante seria o motivo da agressora.

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