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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Crônica do Dia

Para refletir, a aluna Stella nos trouxe essa crônica sobre diferenças culturais e de mentalidade mundo afora. Vamos pensar?!

Mentalidade ou Cultura

Rosa se aposentou quando tinha sessenta e cinco anos. Seu marido havia falecido e seus filhos, bem, cada um tinha a sua vida. O mais velho fora morar em São Paulo com a família pois o emprego que tinha assim o exigiu.
O mais novo havia conseguido uma bolsa de estudos e fora cursar m pós-graduação em Oslo. Por quê?
A família do marido de Rosa era norueguesa e todos tinham sempre se comunicado com os parentes de lá. No princípio, cartas para lá e cartas para cá. Desde algum tempo, o e-mail, o facebook e a webcam tinham substituído as cartas.
José, o filho mais novo de Rosa, lá se foi para Oslo.
Há dois anos atrás, Rosa resolveu ir ver o filho e os parentes e também lá se foi. O filho era bastante ocupado e logo Rosa fez uma boa amizade com Marie, prima de seu marido e iam para todos os lugares juntas: supermercado, cinema, teatro, feira livre, shoppings, etc, etc.
Conversavam em inglês pois Rosa falava bem essa língua e Marie também.
Um certo dia saíram e resolveram ia a pé até o centro da cidade. Era um pouquinho longe mas o exercício é sempre bom e salutar. Era verão e não fazia muito frio e lá se foram andando, andando, andando. Passaram por uma praça quase vazia e, antes de atravessar a rua tiverem que esperar pois o sinal estava vermelho para elas. Esperaram, esperaram e nada do sinal mudar. Não vinha nenhum carro, nem de um lado, nem do outro...
Rosa, enquanto escutava Marie falando, pensava consigo mesma:
_Por que não atravessamos, já que não vem carro? Que bobagem! Estamos bancando as palhaças...
Nessa hora a prima falou:
_Rosa, vamos atravessar assim mesmo com o sinal vermelho, pois, você sabe, estamos só nós duas.
Rosa então perguntou:
_Mas, por quê, prima?
_ Ora, Rosa, se estivéssemos com crianças ao nosso lado, não deveríamos fazer isso. O exemplo é tudo , não é?
Rosa concordou mas, no seu íntimo, sentiu-se envergonhada pois ela quis dar o célebre jeitinho brasileiro...
E se fosse aqui no Brasil? Quantos brasileiros pensariam dessa maneira?
Posso chamar isso de culturas diferentes, mentalidades diferentes ou indisciplina mesmo?

Stella Muehlbauer


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