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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Crônica do Dia

Hoje, temos a crônica do Aluno Homero, que fala do terror/horror da nossa realidade.


O Medo, Respeito e Pavor

Aprendi, desde muito novo, que por maior que seja o predador, ele terá um ângulo de abordagem, pelo qual muita coisa não é lá tão assustadora e, com tempo e paciência, aquilo que parecia assustador, pode ser levado pela coleira como o mais dócil dos animais de estimação.
Aquele aprendizado foi sendo passado por meu pai para cada um dos seus filhos e assim conseguiu formar um grupo de pessoas com carteirinha de boa conduta garantida, sem que se necessitasse recorrer à violência ou outro tipo de expediente de tortura.
Com o nascimento dos meus, passei-lhes também aquela receita e assim conseguiram eles amarrar os burros, até em cercas de arame farpado, sem riscos maiores.
Naquele tempo, o grande perigo para o jovem era a tuberculose e, para evitá-la, recomendava-se uma boa alimentação e alguns outros cuidados com a higiene do corpo, mas mesmo assim muita gente foi decepada por ela, já que muitas doenças ainda não eram identificadas e muita gente morria, no entender dos pais, antes da hora.
Com essas recomendações e a informação de que assombrações não deveriam ser levadas em conta, começamos a verificar que a bebida, o cigarro e mais tarde as drogas passaram a ser o real bicho papão que se escondia. Entre os interesses de políticos, disfarçados de vigilantes do povo, mas que não passavam de quadrilheiros, vigaristas e todo o tipo de inimigo público número um.
É claro que com isso, fica muito mais difícil levantar um muro de proteção.
Como poderemos verificar, o terror não está nos filmes de terror, nem nos terroristas, mas sim nesse bandido fantasiado de gente com paletó e gravata.
Quem não lembra daquela cena mostrada na televisão, onde o então deputado, Sergio Naya, aparece falando como conseguia favores políticos, e depois vimos o que aconteceu com os edifícios construídos por ele no Rio de janeiro, que estão na justiça até hoje, sem que se tenha esperança de liquidação do processo. Isso sim é apavorante, pois não há para quem apelar.
Com um acidente, uma violência ou sabe-se lá de que, a gente morre e estamos conversados. Focando a morte, por conta de um acidente de percurso, ou daquela história de que morremos, sempre na hora certa, do nosso calendário de vida.  

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